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domingo, 14 de julho de 2013

Força Aérea Brasileira adota a energia solar em base na Amazônia

Sistema híbrido garante o funcionamento de equipamentos em Surucucu

Quando a tecnologia trabalha em prol da sustentabilidade, os resultados são sempre positivos. Foi partindo dessa premissa, que a Força Aérea Brasileira (FAB) colocou em prática um projeto de geração de energia híbrida, utilizando painéis solares e grupo de geradores a diesel, instalado na base de Surucucu, no noroeste do estado de Roraima.



A iniciativa, implementada em 2012, faz parte de um esquema tecnológico adotado pela FAB para garantir, com menor custo, esforço logístico e impacto ambiental, o controle e a defesa aérea na região amazônica. Devido às características do local, o primeiro desafio foi o Imagemde vencer as distâncias continentais e o isolamento extremo para a instalação de equipamentos de navegação aérea que precisam funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana.

Em apenas seis meses de funcionamento, o projeto, que teve investimento total de R$ 998 mil, se pagou e reduziu em 65% a queima de óleo para a geração de eletricidade. Conforme destaca o Tenente-Coronel Engenheiro Dalmo José Braga Paim, Chefe da Divisão Técnica do quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 4), é importante utilizar novas tecnologias para propiciar a navegação aérea na Amazônia (por onde passam pelo seu espaço aéreo cerca de 300 voos diários, em cinco rotas internacionais), mas sem causar nenhum tipo de malefício ao ecossistema da região.

“A função da estação de Surucucu é a de manter as comunicações entre o Centro de Controle de Área, localizado em Manaus, e as aeronaves que cruzam as aerovias da região de Surucucu”, explica o Tenente-Coronel Paim.

Para garantir o funcionamento dos sistemas de comunicação VHF, UHF e satelital (Telesat) instalados em Surucucu, a FAB utilizava no local, primeiramente, uma matriz termelétrica baseada na queima de óleo diesel com três grupos geradores. Entretanto, a poluição causada pelo consumo excessivo de combustível fóssil, incluindo problemas de logística, como os altos custos de manutenção das máquinas e peças, além das dificuldades de transporte periódico do diesel (exigindo aproximadamente oito horas mensais de voo), fizeram com que a FAB buscasse uma solução alternativa de geração de energia elétrica. O desafio era manter 100% de operação dos equipamentos de maneira sustentável e com o menor impacto ambiental possível.

Diante desse cenário, estudos feitos por técnicos do Cindacta 4 avaliaram os recursos energéticos disponíveis na região, apontando que o aproveitamento da energia solar seria a opção mais limpa e barata a ser utilizada. “Esse projeto, além de melhorar a qualidade da energia fornecida aos equipamentos e sistemas instalados em uma região de difícil acesso, reduz a queima de óleo diesel utilizado pelos geradores e de querosene de aviação utilizado pelas aeronaves que prestam o transporte de insumos e técnicos para manutenção desses sistemas”, enfatiza o militar.

Embora em Surucucu a insolação não se apresente como uma das melhores do país, o emprego da energia solar, de forma híbrida com o diesel, se mostrou eficaz, levando em consideração que a captação da energia do sol não precisa, necessariamente, da luz para operar, gerando eletricidade também em dias nublados, que são frequentes na região.

ImagemAntes, com a utilização exclusiva de grupos geradores, eram consumidos cinco mil litros de óleo por mês, exigindo, ainda, a visita técnica mensal para manutenções corretivas e preventivas dos equipamentos. Conforme destaca Paim, com adoção da energia solar, são consumidos hoje 1,5 mil litros de óleo/mês, sendo necessária somente uma visita preventiva por semestre, já que os equipamentos passaram também a ser monitorados de forma remota.
Os painéis solares produzem até 20kw de potência, capazes de sustentar, de forma autônoma, o funcionamento da base de Surucucu por até 15 horas diárias. O sistema de absorção de energia solar é composto por 144 placas fotovoltaicas, incluindo um banco de 48 baterias que alimentam a carga da estação, com vida útil estimada de 20 anos.

 Toda a estação pesa cerca de 20 toneladas, e foi montada em quatro meses, ocupando uma área aproximada de 200 metros quadrados. Ainda fazendo parte do projeto, foram também implementados seis postes com luminárias LED, que são alimentadas por painéis solares e baterias de armazenamento independentes, garantindo a iluminação externa da base de forma inteiramente autônoma. Paim explica que para cobrir uma área próxima a 60% do território nacional, é preciso a instalação de equipamentos nas áreas mais isoladas da regiões da Amazônia.

No caso do sistema híbrido, devido à qualidade e à confiabilidade do fornecimento de energia gerada por ele, a exemplo de Surucucu, a iniciativa tem sido estudada em outros destacamentos, como é o caso de Carauari (AM), Tiriós (PA) e Porto Trombetas (PA). “Em 2013, já devemos lançar no mercado o edital para a aquisição da estação de Tiriós, que terá uma capacidade de prover cinco vezes mais energia que a de Surucucu”, prevê Paim.


Fonte: FAB

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